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O crédito desta matéria pertence à
 REVISTA OFICIAL DO CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ANO III Nº 03 - JUNHO/1998

 

MANUAL DE PREVENÇÃO

Dicas e conselhos úteis de como se agir na Prevenção e Combate de INCÊNDIOS e em EMERGÊNCIAS MÉDICAS, aplicando os Primeiros Socorros a acidentados

 
INCÊNDIO EMERGÊNCIA MÉDICA
Introdução Primeiros socorros
Como avisar os bombeiros Conceito
Como prevenir Parada cardio-respiratória
Agentes extintores Massagem cardiaca
Como empregar os agentes extintores Respiração artificial
Como usar os extintores Hemorragias
Hidrantes Queimaduras
Como usar os hidrantes Fraturas
Saídas de emergência Intoxicação ou envenenamento
Como escapar Acidentes causados por animais peçonhentos
Aparelhagem preventiva - cuidados
Uso indevido
Treinamento pessoal
Como ajudar os bombeiros
 
 
 
 
 
 
 
 

INCÊNDIO

Introdução
        Para evitar os incêndios, os Corpos de Bombeiros adotam uma série de medidas. Elaboram regulamentos e normas sobre segurança, realizam inspeções periódicas nas edificações e desenvolvem campanhas de esclarecimento sobre prevenção e combate ao fogo. Apesar de tudo, os incêndios continuam a ocorrer, e quase todos por simples descuidos no uso do fogo ou pelo desconhecimento das normas preventivas. O Corpo de Bombeiros elaborou este manual com o objetivo de continuar orientando a comunidade nas maneiras de prevenir, combater e agir diante de incêndios.

        É nosso desejo que os ensinamentos aqui contidos sirvam para impedir o surgimento deste elemento de grande poder de destruição, em cujos resultados geralmente se colhem dor, desespero e lágrimas.

COMO AVISAR OS BOMBEIROS
DISQUE 193 
E informe, COM CALMA:
LOCAL DO INCÊNDIO: (endereço completo: avenida, quadra, setor, bloco, lote, casa, apartamento, etc..)
PONTOS DE REFERÊNCIA: (importante para a exata orientação do socorro principalmente quando você não sabe precisamente o endereço. Exemplo:-"incêndio, em residência, na Av. W/3 Sul, EM FRENTE À IGREJA DOM BOSCO")
NATUREZA DA EDIFICAÇÃO: (comercial, residencial, hospitalar, escolar, industrial, etc..)
SAIBA DE COR O NÚMERO DO TELEFONE DOS BOMBEIROS 193; EVITE PERDA DE TEMPO EM PROCURÁ-LO NOS CASOS DE EMERGÊNCIA. SUA RAPIDEZ EM DAR O ALARME É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA.

COMO PREVENIR

Dicas de Prevenção contra acidentes
Despeje as cinzas e pontas de cigarros na lixeira somente após certificar-se de que estão apagadas. Não efetue consertos improvisados. Substitua tomadas defeituosas
Não fume na cama, o sono não espera o cigarro apagar e isso pode provocar um incêndio. Não atire pontas de cigarros a esmo. Lembre-se que na época da seca o mato se queima com facilidade
As crianças tem fascínio por fogo. Não permita que elas brinquem com fósforos ou outros objetos que provoquem fogo. Não se esqueça de desligar o ferro elétrico. Mesmo que vá se ausentar só alguns instantes.
Não deixe crianças sozinhas em casa, e de forma alguma trancadas. Não faça ligação direta nem reforce os fusíveis. Quando eles se queimam é porque há sinais de perigo e é necessário revisão nas instalações elétricas.
A sobrecarga do sistema elétrico provoca superaquecimento e pode ocasionar incêndio. Evite ligar vários aparelhos numa só tomada. Verifique periodicamente se os fios estão bem isolados. Ao sair para viagem, desligue a chave geral da luz.
Não solte balões. Eles são lindos quando sobem; quando descem, podem espalhar destruição. Deixe o céu para as estrelas. Verifique se os registros de gás estão bem fechados, quando os botijões não estão sendo utilizados.
Muito cuidado com álcool, gasolina, removedores e aerosóis usados na limpeza da casa. Não esqueça panelas no fogo e nunca instale cortinas próximas ao fogão.
Guarde substâncias inflamáveis sempre bem vedadas e em local seguro e ventilado. Ao utilizar o forno, primeiro acenda o fósforo, depois abra a tampa e em seguida o gás.
Não acumule lixo nem guarde panos impregnados com gasolina, graxas, ceras, óleos vegetais, etc., pois isso também pode causar incêndio. Caso sinta cheiro de gás no ambiente, tome cuidado; não risque fósforos nem acenda a luz. Abra imediatamente as portas e janelas para que ventile.
Acabando de fumar, apague completamente o cigarro. Instale seu botijão fora da cozinha, em local ventilado e coloque tubulação metálica para aumentar sua segurança.

 

AGENTES EXTINTORES

        Agente Extintor é todo material que aplicado ao fogo, interfere em sua química, provocando uma descontinuidade de um ou mais lados do tetraedro do fogo, alterando as condições para que haja fogo.

        Os Agentes Extintores podem ser encontrados nos estados líquidos, gasosos ou sólidos. Existe uma variedade muito grande de Agentes Extintores. No nosso estudo, citaremos apenas os mais comuns. São os que possivelmente teremos que utilizar em caso de incêndios:

Água
Espuma (química e mecânica)
Gás Carbônico (CO2)
Pó Químico Seco
Agentes Halogenados (Halon)
Agentes improvisados (areia, cobertor, tampa de vasilhame, etc..)

COMO EMPREGAR OS AGENTES EXTINTORES
Agentes Extintores  Água Espuma Pó Químico Gás Carbônico (CO2)
Classes de Incêndio
A
Madeira, papel, tecidos, cortinas, alcatifas, poltronas, etc.
SIM SIM SIM* SIM*
B
Gasolina, álcool, querosene,óleo, cera, tinta, graxa, etc.
NÃO SIM  SIM SIM
C
Equipamentos e instalações elétricas energizadas
NÃO NÃO SIM SIM
* Com restrições, pois há risco de reignição

 

Aparelhos Extintores

        Os Aparelhos Extintores são os vasilhames fabricados com dispositivo que possibilitam a aplicação do Agente Extintor sobre os focos de incêndio. Normalmente os aparelhos extintores recebem o nome do Agente extintor que neles contém. Os aparelhos extintores destinam-se ao combate imediato de pequenos focos de incêndio, pois, acondicionam pequenos volumes de Agentes Extintores para manterem a condição de fácil transporte. São de grande utilidade, pois podem combater a maioria dos incêndios, cujos princípios são pequenos focos, desde que, manejados adequadamente e no momento certo.

        O êxito no emprego dos extintores depende dos seguintes fatores:
            a) de uma distribuição adequada dos aparelhos pela área a proteger;
            b) de manutenção adequada e eficiente;
            c) de pessoal habilitado a manejar aparelhos na extinção de incêndios.
        Quanto ao tamanho, os extintores podem ser:
            - portáteis
            - sobre rodas (carretas)

 

COMO USAR OS EXTINTORES

ÁGUA PRESSURIZADA
Retirar o pino de segurança. Empunhar a mangueira e apertar o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo. Só usar em madeira, papel, fibras, plásticos e similares. Não usar em equipamentos elétricos.
ÁGUA/GÁS
Abrir a válvula do cilindro de gás. Atacar o fogo dirigindo o jato para a base das chamas. Só usar em madeira, papel, fibras, plásticos e similares. Não usar em aparelhos elétricos.

ESPUMA
Inverter o aparelho; o jato disparará automaticamente e só cessará quando a carga estiver esgotada. Não usar em equipamentos elétricos.
GÁS CARBÔNICO
Retirar o pino de segurança quebrando o lacre. Acionar a válvula dirigindo o jato para a base do fogo. Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.

PÓ QUÍMICO
Retirar o pino de segurança. Empunhar a pistola difusora. Atacar o fogo acionando o gatilho. Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.
PÓ QUÍMICO COM CILINDRO DE GÁS
Abrir a ampola de gás, apertar o gatilho e dirigir a nuvem de pó à base do fogo. Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.
"Mantenha os preventivos em bom estado de funcionamento"

 

HIDRANTES

        Em termos gerais , a água tem sido considerada como melhor agente extintor de incêndio. Desde tempos remotos, que a água vem sendo utilizada no combate a incêndios, os homens formavam uma fila repassando baldes d'água um para o outro, transportando-os até os locais dos incêndios.
        Desta maneira, a aplicação da água era dificultosa, pois a aproximação das chamas limitava a distância do alcance da força física do homem, que lançava o conteúdo dos baldes no incêndio.
        Essa dificuldade foi eliminada com a invenção e aperfeiçoamento dos sistemas hidráulicos para combate a incêndios, que vêm sendo melhorados com o passar dos anos.

 

COMO USAR O HIDRANTE
1) - Abra a caixa de incêndio. 3) - Abra então o registro.
2) - Segure o bico da mangueira retirando-o da caixa de incêndio. 4) - Após esticar bem a mangueira, dirija o jato para a base do fogo.
ATENÇÃO: nunca dirija o jato d'água para a rede elétrica se a mesma estiver ligada.

 

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA
        As saídas de emergência são um item de necessidade básica de proteção contra incêndio de uma edificação. Ela deve contar ainda com um sistema de combate, como visto anteriormente, um sistema de alarme, um de luz de emergência, deve ter ainda estrutura de compartimentação contra a propagação do fogo e acima de tudo, pessoal treinado para combater os princípios de incêndio.
        As saídas de emergência são essenciais em prédios elevados, locais de reuniões e diversões públicas e em grandes depósitos ou indústrias de materiais perigosos.
        Constituem-se basicamente de:
        - Escada de segurança, resistente ao fogo, com largura e número suficiente para a saída dos usuários do prédio;
        - As portas contra-fogo, com largura e números suficientes;
        - Dutos de entrada de ar e saída de fumaça, para renovação do ar;
        - Ante-câmara (ou não) para evitar a entrada de fumaça na escadaria;
        - Corredor de descarga;
        - Sinalização;
        - Luz de emergência.

 

COMO ESCAPAR
  • Na ocorrência de um incêndio, chame o Corpo de Bombeiros. Até a chegada do mesmo, tente apagar o fogo. Não sendo possível, saia imediatamente do local fechando (sem trancar) as portas e janelas que deixar para trás, evitando assim a propagação do fogo.

  • Tente livrar-se de tudo que possa queimar facilmente e peça socorro pelas janelas.
  • Fazer o possível para desligar os aparelhos elétricos e também o registro de gás.
  • Molhe bastante suas roupas e mantenha-se vestido para se proteger.
  • Num ambiente tomado pela fumaça, use um lenço molhado para cobrir o nariz e a boca e saia rastejando, respirando junto ao piso.
  • Vendo uma pessoa com as roupas em chamas, obrigue-a a jogar-se no chão; envolva-a com um cobertor, cortina, etc..
  • Nunca use os elevadores. Use as escadas DESCENDO SEMPRE, buscando a saída imediata do local. NÃO SUBA.
  • Em hipótese alguma salte do prédio. O socorro chegará em poucos minutos. Coloque-se onde possa ser visto.
  • Antes de tentar sair de um compartimento, verifique com a mão a temperatura da porta. Estando fria, abra imediatamente, permanecendo atrás dela. Se estiver quente vede as frestas com panos molhados por onde possa entrar fumaça.
  • Havendo pânico e não podendo controlá-lo, afaste-se do grupo e tente outra saída. Mantenha sempre a calma.

 

APARELHAGEM PREVENTIVA - CUIDADOS
        Mantenha em perfeito estado de funcionamento a aparelhagem preventiva de seu edifício. Siga as regras de manutenção para que fiquem em condições de uso. Uma falha destes equipamentos no momento do princípio de incêndio poderá custar muitas VIDAS. Ao mandar seus extintores para a manutenção, use-os em treinamento, entregando-os a empresa de manutenção vazios.

 

USO INDEVIDO
        Os hidrantes de parede e os extintores são feitos para uso exclusivo no combate ao princípio de incêndio; não use e não permita que usem estes equipamentos para outros fins, caso contrário, eles não estarão em condições de uso no momento de empregá-los para salvar sua VIDA.

 

TREINAMENTO DE PESSOAL
        O treinamento do pessoal é muito importante para que todos saibam como agir diante de um princípio de incêndio, para isso use os extintores quando for mandá-los para manutenção. Procure familiarizar-se com as saídas de emergência, localização e funcionamento dos equipamentos preventivos de seu local de trabalho ou de sua residência e lembre-se de que todo grande incêndio começa pequeno porém uma simples e precisa atitude evitará uma tragédia.

 

COMO AJUDAR OS BOMBEIROS

 Evite arrombar janelas e portas em caso de incêndio antes da chegada dos bombeiros. A penetração do ar irá ativar as chamas.

Não interfira nos serviços de extinção de incêndio. Isto é tarefa dos bombeiros. (Pessoas sem o devido treinamento podem se machucar).

Não estacione o seu carro junto ao hidrante de coluna. Isso dificulta as manobras dos bombeiros.

Motorizado ou mesmo a pé, assim que ouvir as sirenes das viaturas do Corpo de Bombeiros, imediatamente, facilite a passagem.

 

 

EMERGÊNCIA MÉDICA
Primeiros Socorros
Conceito:

Podemos conceituar Primeiros Socorros, como sendo a atenção imediata prestada a uma pessoa, cujo seu estado (físico ou emocional) coloca em perigo sua vida.
Finalidade
        Entre as finalidades da aplicação dos Primeiros Socorros, os mais importantes são manter funções vitais presentes, evitar o agravamento das condições da vítima, providenciar assistência médica qualificada.
        Como características dos socorros de urgência, podemos evidenciar que o socorrista sempre deve ter em mente três passos:
1. O que deve procurar;
2. O que fazer e o que não fazer;
3. Como fazer.
        Após a aprendizagem de Primeiros Socorros, o socorrista deverá ser capaz de:
  • Prevenir acidentes;
  • Ter segurança face as emergências;
  • Caso necessário conseguir ajuda qualificada;
  • Prevenir danos maiores aos já detectados;
  • Salvar uma vida.
        Ao falarmos de Primeiros Socorros, temos a plena consciência de que cada acidente possui características e circunstâncias intrínsecas peculiares, contudo há medidas que devem sempre serem tomadas pelo socorrista em todas as situações:
1 - ASSUMIR A SITUAÇÃO
  • Evite o pânico;
  • Obtenha ajuda de outras pessoas, dando ordens claras e concisas;
  • Não tente resolver o problema sozinho, sempre que necessário solicite o reforço para o local;
  • Mantenha curiosos afastados, evitando assim confusão e maiores danos. Assim o socorrista poderá atuar melhor.
2 - PROTEJA O ACIDENTADO
  • Observe o local onde se encontra o acidentado, visando a exclusão ou diminuição de possíveis riscos para o socorrista e acidentado (fios elétricos, animais, tráfego), Caso necessário, mude o acidentado de lugar. Identifique pessoas capazes de desviar o trânsito ou construir uma proteção provisória;
  • Sempre que possível mantenha o acidentado em decúbito dorsal. Não altere a posição da vítima, sem prévia reflexão;
  • Trabalhe no intuito de tranqüilizar o acidentado;
  • Caso o acidentado encontre-se vomitando, coloca-lo na posição lateral de segurança.
3 - DÊ AS SEGUINTES PRIORIDADES AO ACIDENTADO:

3.1 - Exame primário
  • Consiste em avaliar o acidentado quanto a tudo que pode causar risco de vida;
  • Verificação do local em que a vítima se encontra;
  • Verificar pulso carotídeo e movimento do tórax;
  • Observar quanto a temperatura da vítima;
  • Proteger a extensão do pescoço da vítima, objetivando desobstruir as vias aéreas e aliviar a pressão a nível de coluna cervical, visando excluir ou minimizar  traumas nesta região;
  • Observar grandes hemorragias e conte-las;
  • Observar se a vítima encontra-se com parada respiratória ou cardíaca, caso positivo, iniciar imediatamente a RCP (Reanimação Cardio-Pulmonar);
  • Aquecer o acidentado com cobertores ou lençóis.
3.2 - Exame secundário
        É realizado somente quando a vitima apresenta-se estável. Os procedimentos são os seguintes:
A - Cabeça e face
  1. Apalpe a porção superior do couro cabeludo;
  2. Deslize as mãos para a região posterior da cabeça;
  3. Apalpe e observe a região retro auricular;
  4. Apalpe a região frontal.
B - Tronco
  1. Apalpe uma clavícula de cada vez;
  2. Comprima a face anterior do tórax lentamente;
  3. Apalpe o abdômen;
  4. Comprima o quadril lentamente.
C - Membros superiores
  1. Apalpe o ombro;
  2. Apalpe o braço;
  3. Apalpe o cotovelo;
  4. Apalpe o antebraço;
  5. Examine a mão;
  6. Apalpe o pulso radial;
  7. Examine a motricidade;
  8. Repita o movimento no membro oposto.
          Obs.: Cuidado ao pesquisar motricidade quando houver fratura.
D - Membros inferiores
  1. Apalpe a coxa, desde a raiz;
  2. Apalpe o joelho;
  3. Apalpe a perna;
  4. Apalpe o pé;
  5. Verificar pulso pedioso ou tibial posterior;
  6. Examine a motricidade;
  7. Repita o procedimento no membro oposto.
          Obs.: Cuidado ao pesquisar motricidade quando houver fratura.

 

PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA
        Ocorre quando cessação dos batimentos cardíacos, ou quando o músculo cardíaco apresenta-se em estado de debilidade para assegurar quantidade suficiente de sangue à circulação ocorrendo juntamente com a parada respiratória.
        A PCR é o exemplo mais expressivo de uma emergência médica, ficando em segundo lugar a grande hemorragia.
        O socorrista deve diagnosticar e tratar o mais rápido possível, dentro de um período de tempo máximo igual a 4 minutos.
        A eficácia está relacionada a dois importantes fatores: Rapidez e perfeição com que é feita a aplicação da PCR.
        As causas para uma parada cárdio-respiratória são as mais variadas possíveis, as mais comuns são:
  • Crise cardíaca;
  • Choque elétrico;
  • Intoxicação medicamentosa;
  • Estrangulamento;
  • Intoxicação por monóxido de carbono.
        Os sinais e sintomas apresentados em uma PCR são:
  • Pulso ausente;
  • Insuficiência ou ausência respiratória;
  • Midríase (dilatação das pupilas);
  • Perda de consciência;
  • Cianose (arroxeamento das extremidades - dedos, lábios);
  • Ausência de batimentos cardíacos.
        Conduta do Socorrista
  • Certifique-se de que a vítima respira ou não;
  • Iniciar imediatamente co 02 insuflações, caso haja ausência de movimentos respiratórios ou quando a vítima apresentar dispnéia (dificuldade respiratória) grave;
  • Verificar pulso e quais suas características;
  • Iniciar a massagem cardíaca.
MASSAGEM CARDÍACA

VERIFICAÇÃO DE RESPIRAÇÃO

MASSAGEM CARDÍACA MASSAGEM CARDÍACA EM BEBÊ

 

Princípios básicos da PCR
1 - Posicionamento das mãos
2 - Localizar o ponto de compressão que está no terço inferior do externo
3 - Exercer pressão sobre o ponto de compressão
     Obs.: Crianças recém nascidas e menores de 01 ano o posicionamento das mãos e a forma de proceder a PCR é diferenciada; utilizando-se para tal o apoio do antebraço para apoiar a criança e com as pontas dos dedos exercer a pressão.
Instruções para a reanimação
  • Respiração artificial;
  • Massagem cardíaca externa.
        Quando houver apenas um socorrista para proceder a reanimação
        1º passo: fazer 02 insuflações
        2º passo: fazer 15 compressões
       Proceder desta forma até a reanimação da vítima ou até que esta receba ajuda médica qualificada.
        Quando houver uma dupla de socorristas
        1º passo: Na primeira insuflação um dos socorristas fará dois movimentos respiratórios. A partir da segunda ficará apenas um movimento.
        2º passo: O outro socorrista fará cinco compressões ficando desta maneira 05 massagens a cada insuflação.
 
Constatação da eficiência da PCR
  • pupilas
  • coloração da pele
  • movimentos respiratórios
  • pulso

 

RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL

Verificação de respiração Extensão do pescoço
Insuflação Insuflação com massagem cardíaca

 

HEMORRAGIA
        Perda de sangue para o meio interno ou externo, ocasionado por corte, ruptura ou dilaceração de vasos sanguíneos.
       Basicamente os órgãos que compõem o sistema circulatório são o coração e os vasos sanguíneos. Sendo este um circuito fechado.
        Anatomicamente, há dois tipos distintos de hemorragias: Arterial e Venosa.
Hemorragia Arterial
        É caracterizada principalmente por sangue de cor vermelho vivo, que sai em jatos e com grande quantidade de bolhas, devido ser rico em oxigênio.
Hemorragia Venosa
        É caracterizada por sangue de cor escura, por ser rico em gás carbônico, que sai de forma escorrida.
        Do ponto de vista clínico, temos dois tipos de hemorragias: Interna e Externa.
Sinais e sintomas de hemorragias
  • Palidez intensa
  • Sede
  • Mucosas descoradas
  • Pulso fraco e acelerado (filiforme)
  • Respiração rápida e superficial
  • Sudorese
  • Vertigens
  • Náuseas e vômitos
  • Desmaio
  • Queda da temperatura corporal, ocasionando frio ou calafrios
  • Estado de choque

 

Técnicas para contenção de hemorragia
1 - Pressão direta  
      Faz-se pressão direta no local onde esteja o ferimento, utilizando-se para tal, gaze ou compressa limpa.
2 - Elevação do membro 
      Objetivada na elevação da parte lesada a um nível superior ao do coração, visando dificultar a saída do sangue pela própria pressão.
3 - Curativo compressivo 
      Faz-se o curativo utilizando uma compressa grossa e limpa, trocando a pressão das mãos por uma bandagem ou pedaço de pano para segurar e comprimir a compressa no local afetado.
4 - Pontos de pressão 
      É utilizado em alguns casos, bastando para tal causar uma pressão em determinadas áreas onde se saiba a localização de artérias e veias.
5 - Torniquete 
      Utilizamos o torniquete em último caso, no acidente onde haja amputação traumática de membro. Para procedermos um torniquete devemos ter os seguintes materiais em mãos: Tiras de pano, bandagens, cinto, pedaço de corda e um pedaço de madeira. Faz-se o torniquete envolvendo o membro com a bandagem, amarrando-se junto com a madeira, de tal forma que esta sirva como uma torneira para apertar ou aliviar a pressão.
      É recomendado que a cada 15 minutos haja um alívio, observando neste caso a eficiência da hemostasia (contenção da hemorragia).
      Caso a hemorragia já esteja estancada poderá o socorrista deixar o torniquete sem causar-lhe nenhuma pressão.
      Ao utilizarmos este método, deve o socorrista anotar o horário em que se teve o início da utilização deste meio, para o caso de um possível reimplante, facilitar e orientar a equipe médica.
      Lembramos que este método é utilizado como último recurso, somente quando a pressão direta, elevação do membro, curativo compressivo e o ponto de pressão não surtirem efeito. Um torniquete feito de forma irregular pode ocasionar a perda do membro amputado por necrose do tecido.
      Outras formas de hemorragias bastante características em nosso dia-a-dia são:
Epistaxe (Hemorragia Nasal)
      Hemorragia caracterizada pela presença de sangue nas fossas nasais. Tendo como causa um traumatismo, aumento da pressão arterial, moléstias, exposição excessiva aos raios solares.
      Procedimentos a serem adotados pelo socorrista frente a Epistaxe:
  1. Como nos demais casos de emergência médica, procure acalmar a vítima;
  2. Afrouxe roupas, colarinhos;
  3. Coloque a vítima sentada de forma recostada em local arejado, de forma que a mesma fique com a cabeça ligeiramente inclinada para trás;
  4. Verificar o pulso, caso esteja forte, deixar a hemorragia fluir por um pequeno período no intuito de aliviar a pressão;
  5. Causar pressão sobre as asas do nariz, visando proceder a hemostasia com o método de pressão direta;

          Obs.: Hemorragia Nasal que ocorre com freqüência, deve ser investigada por assistência médica qualificada.

 
Emoptise
      Ocorre quando há perda de sangue pelas vias respiratórias. O sangue apresenta-se na cor vermelha cintilante, com a presença de bolhas.
Sinais e sintomas:
  • Palidez intensa
  • Sudorese
  • Expressão de ansiedade e angústia
  • Hipotermia
  • Tosse com presença de sangue cintilante e com bolhas
  • Desmaio
  • Vertigens
  • Pode levar ao estado de choque
  • Pulso filiforme (rápido e fino)

 

Procedimentos a serem tomados pelo socorrista frente a uma hemoptise:
  1. Procure acalmar a vítima;
  2. Coloque a vítima em posição lateral d segurança
  3. Oriente a vítima a não fazer esforços;
  4. Não dar nada para a vítima ingerir;
  5. Aqueça a vítima no intuito de prevenir o estado de choque.
 
Hematênese
      Hemorragia oriunda do estômago, com o sangue saindo pela boca da vítima, apresentando-se na cor escura, assemelhando-se a borra de café.
Sinais e sintomas
  • Palidez intensa
  • Distensão abdominal
  • Pulso filiforme (rápido e fino)
  • Cianose
  • Náuseas
  • Sede
  • Hipotermia
Procedimentos adotados pelo socorrista frente a uma Hematênese:
  1. Acalmar a vítima;
  2. Colocá-la em repouso;
  3. Não dê nada para a vítima ingerir
  4. Aquecer a vítima, visando prevenir o estado de choque.

 

QUEIMADURAS
      São lesões produzidas nos tecidos, oriundos de agentes físicos (calor ou frio) e agentes químicos (produtos corrosivos).
      Para o socorrista não importa o agente causador da queimadura, considerando ser de maneira análoga o tratamento dessas lesões.
Instruções e prioridades das queimaduras
  • Caso a roupa da vítima esteja  em chamas não jogue água, pois poderá provocar um choque térmico. Utilize um cobertor, toalha, tapete ou ainda faça-o rolar sobre si mesmo no chão.
  • Se houver roupa presa à pele, a mesma não deve ser retirada, porém aquela aquela que não estiver colada à pele deve ser cortada.

          Obs.: É absolutamente contra indicado aplicar qualquer substância que não seja água fria, soro fisiológico, compressa fria e limpa ou medicamento apropriado para queimaduras.

      Quanto à prioridade, o socorrista deve ter em mente os seguintes princípios:
  • Aliviar ou reduzir a dor da vítima;
  • Prevenir o estado de choque;
  • Prevenir a infecção.
      Para aliviar a dor, em queimaduras leves ou de pequenas extensões, o socorrista pode dispor dos seguintes métodos:
  • Imergir a parte afetada em água limpa, quando possível;
  • Se possível utiliza água corrente com baixa pressão;
  • Caso não seja possível a utilização de água utiliza-se compressas úmidas e frias.
      No caso de grandes queimaduras, quando
  • A área queimada for muito extensa;
  • A pele tiver desaparecida;
  • A localização da lesão não permite imersão.
      O socorrista deve cobrir toda a área afetada com panos limpos e úmidos no intuito de prevenir as infecções e deve também, prevenir a contaminação e o atrito.
Prevenindo o estado de choque
  • Se a vítima tiver sede deve ser ministrado água de acordo com sua vontade, de forma lenta;
  • Ministrar soro via oral. Caso a vítima esteja inconsciente, não deve se administrado nenhuma substância para ela ingerir.
Prevenindo as infecções
  • Caso haja formação de bolhas, não deve o socorrista estourar as mesmas, pois servem para hidratar o ferimento e são partes fechadas para infecções;
  • Cubra sempre as infecções com compressas úmidas e limpas;
  • Não passe sobre os ferimentos produtos como pasta de dente, manteiga, maizena, talco ou borra de café.
      Caso a vítima seja lesada por produtos químicos, deve o socorrista proceder da seguinte forma:
  • Em primeiro lugar zelar pela sua própria segurança;
  • Retirar a roupa contaminada da vítima;
  • Eliminar o produto, lavando a área afetada em água corrente e com abundância;
  • Se houver lesão nos olhos, lavar com água em abundância, posteriormente tampar o olho afetado e encaminhar para o hospital.

 

FRATURAS
      Devemos ter em mente uma consideração simples e bastante distinta entre fraturas, luxações e entorses.
Entorse - quando há o rompimento de ligamento entre tendões nas articulações.
Luxação -  Ocorre quando a articulação se desencaixa de sua forma natural e primária.
Fratura - ocorre quando há uma quebra do osso.
      As fraturas apresentam-se, basicamente de duas formas:
  • Fechadas: não há um rompimento do tecido com exposição óssea.
  • Abertas ou Expostas: há o rompimento do tecido com exposição do osso fraturado.
      O socorrista deve sempre proceder a imobilização quando suspeitar de fraturas. Da mesma forma quando se tratar de entorse ou luxação.
Sinais e sintomas
  • Forte dor no local, aumentada com movimento;
  • Edema local;
  • Creptação local;
  • Hematoma ou equimose;
  • Pode apresentar paralisia.
      Procedimento do socorrista frente a vítima com fraturas:
  • Primeiro diagnóstico será quanto ao local e gravidade da fratura;
  • Não tentar reduzir as fraturas, pois redução é procedimento médico;
  • Quando se tratar de fraturas abertas (expostas) o socorrista deverá proceder primeiramente a hemostasia, posteriormente fará a imobilização.
  • O socorrista deverá utilizar-se de talas apropriadas e ataduras para proceder a imobilização. Na falta destes, poderá utilizar-se de materiais com papelão, ripas, pedaços de pano, cinto e outros de acordo com a criatividade do socorrista.
Imobilização de punho Imobilização de membros inferiores Imobilização de braço e antebraço

 

INTOXICAÇÃO OU ENVENENAMENTO
      Ocorre quando o indivíduo entra em contato ou ingere alguma substância que cause transtorno ao seu organismo.
      Alguns importantes conceitos devem ser de conhecimento de todos aqueles que lidam com a área de saúde, exemplos:
  • Veneno: São substâncias capazes de produzir efeito deletério sobre o organismo.
  • Antídoto: Substância capaz de anular a ação moléstica de um veneno, impedindo sua absorção e/ou transformando-o em substância inócua.
Tipos de venenos:
  • Químico: gasolina, soda cáustica, ácidos e detergentes;
  • Biológico: venenos de animais, plantas, etc..
Quanto a forma de envenenamento, poderão ocorrer da seguinte forma:
  • Ingestão;
  • Inalação;
  • Absorção (pele e mucosas);
  • Injeção.
Os sintomas gerais são:
  • Náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, salivação ou sudorese excessiva, respiração alterada, modificação da coloração dos lábios, hálito com odor estranho, etc..
Princípios para o tratamento:
  • Proceda prevenção contra novas absorções;
  • Tratar com antídotos específicos;
  • Proceder a identificação do veneno (cheiro, aspecto da mucosa da boca, existência de queimaduras e informação da vítima ou de familiares);
  • Caso não seja identificado o veneno, administrar o antídoto universal;
  • Não induzir a vítima ao vômito quando a mesma tiver ingerido substância corrosiva;
  • Encaminhar ao hospital qualquer tipo de envenenamento, não esquecendo de monitorar a vítima (pulso, respiração e pressão arterial).
      Os casos por drogas injetáveis, também classificam-se como envenenamentos.

Antídoto Universal:

  • Duas partes de carvão (pão torrado);
  • Uma parte de chá forte (ácido tônico);
  • Uma parte de óxido de magnésio (leite de magnésio).
      Envenenamentos por ácidos, deve-se ministrar substâncias brancas como: leite, leite de magnésio, etc..
      No caso de envenenamento por substâncias sódicas (soda cáustica) deve-se ministrar substância ácida (suco de limão, vinagre, etc.).
Tratamento de Primeiros Socorros
  • Verifica-se se a vítima apresenta pulso e respira. Caso negativo, iniciar imediatamente a respiração cardio-pulmonar.

 

ACIDENTES CAUSADOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
Primeiramente diferenciamos animal peçonhento de animal venenoso.
Animal venenoso: possui veneno, entretanto, não possui meios de inocular seu veneno em outro organismo.
Animal peçonhento: tem como principal característica a inoculação de veneno em outro organismo.
Picada de cobra:
      Algumas considerações sobre as cobras peçonhentas devem ser lembradas como: cabeça triangular, pupila em forma de fenda, fosseta loreal, cauda curta, agressiva. Entretanto, devemos ter como peçonhento todas as serpentes, inclusive quando tratarmos de vítimas ofendidas por estes animais.
Sintomas Comuns em Picadas de Serpentes
  • Diminuição da visão;
  • Torpor;
  • Náuseas e vômitos;
  • Distúrbios hemorrágicos.
O objetivo principal dos primeiros socorros nos acidentes ofídicos é retardar a ação do veneno. O socorrista deve:
  • Colocar a vítima deitada;
  • Manter o membro afetado em nível mais baixo que o do coração;
  • Afrouxar as roupas e calçados;
  • Caso necessário proceder a respiração cardio-pulmonar (RCP);
  • Se a vítima estiver inconsciente , colocá-la em posição lateral de segurança;
  • Se possível capturar o animal causador do acidente para facilitar o tratamento.
Acidentes com outros animais peçonhentos
  • Escorpião
  • Lacraia
  • Aranha
      Certos fatores como hipersensibilidade, local da picada, idade, peso, são fatores que determinam as ações do veneno no corpo humano. 
Acidentes causados por Escorpião
  • Dor intensa no local;
  • Formação de edema;
  • Diarréias;
  • Polaciúria (aumento da vontade de urinar);
  • Palidez.
      Deve-se proceder como nos acidentes ofídicos, lembrando-se que o tratamento inadequado pode levar o indivíduo ao óbito.
Acidentes causados por aranhas
  • Dor intensa;
  • Vermelhidão;
  • Edema;
  • Prurido;
  • Aumento da secreção salivar;
  • Lipotimia.
Primeiros Socorros: deve ser o mesmo do ofídicos.

 

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